Vários estudos têm mostrado que os exercícios físicos aeróbios e exercícios físicos de força, isolados ou combinados, são duas abordagens não farmacológicas eficazes para tratar e prevenir distúrbios metabólicos como a obesidade e diabetes. Realizando esses exercícios em uma intensidade, frequência e duração apropriada (prescrita por profissionais especializados como os de Educação Física) você vai melhorar seu potencial para consumir uma quantidade significativa de glicose e ácidos graxos (gordura) para produção de energia e com isto, você manterá bons níveis de sua taxa metabólica (capacidade de utilizar nutrientes como açucares e gorduras para o bom funcionamento de todo o organismo) e de massa magra (tudo exceto gordura e, neste caso, principalmente a massa muscular). Ainda, ambas as formas de exercícios regulam várias vias metabólicas nas células musculares e em outros tecidos que contribuem para a prevenção e tratamento de doenças. Apesar de impor demandas metabólicas distintas sobre os músculos esqueléticos, tanto os exercícios aeróbios e de força favorecem a perda de peso e o controle glicêmico.
Além dos efeitos metabólicos, os exercícios aeróbios e de força também promovem, a longo prazo, uma redução da inflamação crônica associada a obesidade e contribuem para o balanço entre a produção excessiva de oxidantes e a defesa antioxidante do organismo (balanço redox). Esses dois processos, inflamação e balanço redox, constituem pilares importantes na causa e progressão das doenças metabólicas. Entretanto, os mecanismos desses processos que são afetados pelo exercício físico ainda não são completamente esclarecidos e, por isso, nosso grupo, vem investigando as diferentes formas de exercícios sobre o metabolismo em doenças crônicas.
Recentemente, nós publicamos um artigo (Nutrients, 2022. 24;14(11):2179. doi: 10.3390/nu14112179) que investigou se o treinamento de força poderia reverter os efeitos metabólicos e inflamatórios deletérios no músculo esquelético da camundongos sob condições de obesidade induzida por dieta rica em gordura. Os resultados desse estudo fornecem evidências de que treinamento de força reduz o crescimento do tecido adiposo, melhora a atividade de proteínas envolvidas na regulação da glicose, reduz a inflamação no tecido muscular e promove mudanças positivas no balanço redox. Esses achados, ampliam nossa compreensão dos efeitos do treinamento de força em um estado de obesidade e ajudam a elucidar como esse modo de exercício beneficia àqueles que sofrem dessa condição crônica.
Independente do tipo de exercício, o mais importante é realizar exercícios físicos regulares ou pelo menos, se manter fisicamente ativo. Fazer exercícios físicos regulares é seguro, evita doenças crônicas e é eficaz para melhorar a saúde e qualidade de vida.
Por Ricardo A. Pinho, PhD
PPGCS/Escola de Medicina e Ciências da Vida /PUCPR
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