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  • Writer's pictureRicardo Pinho

Exercícios aeróbios, de força ou combinados. O que devo fazer?


Dar uma resposta à pergunta acima não é uma tarefa fácil ou que possa ser respondida de imediato sem levar em consideração alguns aspectos importantes. As alterações biológicas induzidas pelo treinamento físico dependem do tipo do exercício bem como da duração, intensidade, frequência do esforço a ser realizado. Isso significa que esses parâmetros básicos de uma prescrição de exercício é o que irá garantir que seus objetivos serão (ou não) atingidos. As diferenças entre os exercícios aeróbios e de força e também dos exercícios combinados (aeróbio + força) são diversas assim como o resultado no organismo de quem os prática. Essas diferenças estão associadas não somente a forma de execução, mas também ao metabolismo celular envolvido.


Entende-se por exercício aeróbio um tipo de exercício que varia de baixa a alta intensidade que depende principalmente do metabolismo celular aeróbio (dependente do oxigênio) para produção de energia. Esse tipo de exercício tem sido indicado, por exemplo, para redução da gordura corporal (perder peso), melhorar a função cardiovascular e respiratória, prevenir doenças crônicas como diabetes, Alzheimer, Parkinson e até mesmo alguns tipos de câncer, etc. Enquanto, que o exercício de força, também chamado de exercício resistido, é um tipo de exercício físico realizado contra uma resistência para induzir ganhos substanciais na força ou massa muscular e que depende principalmente da energia anaeróbia (sem participação direta do oxigênio). Esse tipo de exercício também traz ganhos substanciais sobre a saúde do organismo e contribui para a prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas. Assim, fica evidente que os efeitos do treinamento físico no organismo serão sempre dependentes do tipo de exercício realizado.


Outro fato a se considerar é que os efeitos do exercício sobre o organismo dependem também de alguns princípios que devem nortear as sessões de exercícios, dentre os quais se destacam a individualidade biológica, ou seja, cada um responde de maneira diferente a um determinado estímulo e isso se deve às heranças genéticas bem como o que adquirimos com os nossos hábitos de vida (fenótipo). Portanto, os objetivos podem ser os mesmos para um determinado grupo de pessoas, porém a sessão de exercício, principalmente a intensidade de esforço deve ser individualizada. Outro princípio é a sobrecarga (duração, volume e intensidade do esforço). O corpo precisa ser desafiado constantemente para que possa evoluir, ao contrário, mudanças esperadas não ocorrerão no seu organismo. A adaptação é outro princípio importante pois os esforços realizados devem promover adaptações fisiológicas em um determinado período de tempo. Por isso, a necessidade da reavaliação física é necessária para que estímulos mais fortes sejam executados. Isso se reflete no princípio da progressão. Esses princípios e outros relatados na literatura devem ser respeitados pelo profissional que fará a prescrição de exercícios.


Vejam que para prescrever exercício é preciso de um conhecimento de base acadêmica e científica que são desenvolvidos nos cursos de graduação principalmente na área de Educação Física. Considerando essas simples observações fica evidente que a escolha do melhor tipo de exercício para seus objetivos não é algo muito fácil de ser respondido. Para tanto, é preciso consultar profissionais com formação acadêmica apropriada para que seus esforços não sejam em vão ou que tragam mais danos do que benefícios. Porém, é certo afirmar que, numa visão geral, qualquer forma de manter-se fisicamente ativo é melhor do que qualquer forma de permanecer fisicamente parado. O sedentarismo uma das principais causas de morbidades e mortalidades no mundo e deve ser combatido e evitado a todo tempo e em todas as idades. Nesse sentido, correr, caminhar, dançar, pedalar, nadar, remar, patinar, surfar, lutar, praticar esportes, tanto faz quando não se tem objetivos específicos. Faça àquilo que melhor lhe dê prazer. Respeite seus limites, mas não deixe de fazer exercícios. Sua saúde agradece!


Por Ricardo A. Pinho, PhD

PPGCS/Escola de Medicina/PUCPR

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